Antes de qualquer criação,
E antes da forma acabada;
O Todo na imensidão,
Sem forma e sublimação,
Alma Luzente emanada...
No mundo etéreo, invisível,
Mas pleno da Graça inaudita,
Não tem formato visível;
Mas fala num som inaudível,
Da Graça Suprema e Bendita.
Seu nome transcende à Luz,
Na forma serena mais pura,
Num ponto celeste reluz;
Abrange recria e produz,
Cintila na forma Augusta!
Aquele que É, que Foi e Será,
Na Graça que a vida apraz,
Mistério que ainda será,
Do fogo que não cessará;
Do amor que nutre e que faz.
Fonte que serve a um rio,
Rio que brota e não erra,
Por mares, por tempos a fio;
Que o olho humano não viu,
Por sete canais que descerra...
Abunda em mares profundos,
Nos vales, na grota, na serra,
Tornando assim em dez mundos;
Divinos, plenos, fecundos,
Formosos, lindos, na terra!
Não podem romper e não tornam,
Das águas sagradas infindas,
Pois elas com força transbordam;
No ponto de Luz que retornam,
Às fontes mais puras e lindas!
As formas sublimes ao léu,
Não podem jamais recuar,
Dos dez atributos do céu;
Dos mundos ocultos num véu,
Do Amor que não pode acabar!
(Poesia Inspirada no Zohar, Livro do Esplendor)
A imagem do Homem Perfeito, Adam Kadman, (abaixo do título da poesia) é representado pela Árvore da Vida, que possui uma coluna central e duas outras, uma à sua direita e outra à sua esquerda com suas Séfiras interligadas. Existe uma estreita relação entre as Séfiras da coluna central e as duas colunas opostas, às quais são regidas por três princípios Divinos essenciais: A Vontade Primordial, a Misericórdia (direita) e a Justiça ou o Rigor (esquerda), de forma que a Vontade mantém o equilíbrio entre as atividades destas duas colunas opostas. Enquanto a Misericórdia faz expandir o fluxo da emanação da Força Divina, a Justiça faz contrair, de forma que com a presença deste equilíbrio ocorre a organização dos 10 atributos (Séfiras) neste modelo específico.
Este protótipo chamado a manifestar-se passou a ser designado pelos estudiosos da Doutrina Divina pelo nome de Árvore da Vida, pois a sua compreensão conduz o homem de volta ao Éden perdido.
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