No palco, um ator representa o papel,
Das aventuras humanas, da lida diária.
Belo e perfeito, é um dramaturgo fiel,
Imitando assim, uma história lendária.
Emocionado, contrito, atento e calado,
Tento acreditar na minha simplicidade,
Interagindo com o ator, sou impactado
No auge do enredo nesta cumplicidade.
Muito gostaria de também ser um ator!
Se possível for, sob as luzes desse palco,
Pois fiz do meu script, um guia condutor,
Para então participar, me sentir no alto!
Quem dera ser ator famoso conhecido.
Junto do elenco e centro do espetáculo!
E eis que consegui, o sonho concebido!
Tornei-me um ator sem tanto obstáculo.
Atuando outro dia, era esse meu papel
Com passo acelerado, a rua atravessei,
Nela a multidão, parecendo uma Babel,
Quando num tropeço o nariz arrebentei!
Estava atordoado pelos risos que ouvia,
Só porque no chão estava um bagaço...
Este foi o erro do papel que pretendia,
E não de um ator, mas anônimo palhaço!
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Quantos na rua estão fazendo malabarismo em troca de um tostão.
São Anônimos, desempregados, excluídos, marginalizados cada um com uma história de vida. Outro dia numa cena comovente, o rapaz, escorregou ao terminar seu show numa dessas ruas, quando no exato momento o semáforo abriu para os motoristas. Por um triz, o jovem circense se safou com agilidade, embora machucado...
Foto: https://jornaldebrasilia.com.br/brasilia/me-encontrei-na-arte-de-rua-diz-malabarista-que-se-apresenta-em-semaforos/