quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Última Quimera

Nas noutes frias das dolorosas ilusões,
E nestes sonhos de mórbidos letargos;
Verto os poemas nascidos das afeições,
Verto em prantos, tristonhos, amargos.

E nestes sonhos de tristezas tumulares,
Dentre o chorar plangente dos violinos;
Escuto vozes soturnas d’outros lugares,
Como a entoar ao longe os doces hinos.

Neste momento, sinto a tua fragrância,
Do que foi nosso amor, na exuberância,
Essência da paixão, fruto da primavera.

E para relembrar teus últimos encantos,
As rosas murchas, os lírios e amarantos,
Serão recordações nossa última quimera.





quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Brinquedos do Lixo

Os coletores do lixo logo irão chegar. 
O lixo acumulado recolherão bem cedo...
Um menino pobre da rua irá esperar, 
Do condomínio quem sabe um brinquedo. 

Mesmo que seja um utensílio quebrado, 
O pobre menino não vai rejeitar. 
Mesmo uma panela ou um copo usado, 
Pra sua mãe com amor lhe agradar...

Menino descalço, pobre e alegre! 
Que com tão pouco se contenta, 
No entanto para ele tudo é festa! 

O brinquedo que agora foi descartado, 
Um dia presente na vida de outro guri, 
Hoje é um presente ao outro que ri...


 🎁🎁🎁🎁🎁🎁🎁🎁🎁🎁🎁🎁🎁

Escrevi esses versos, inspirado em uma das obras do pintor polonês, Pawel Kuczynski. 

A arte de Pawel Kuczynsnki satiriza de forma explícita e contundente, nossa sociedade ao abordar contradições humanas que abrangem tópicos da vida cotidiana, desde a miséria, a pobreza, o caos social e a política. 

Se observarmos atentamente suas obras, notaremos situações descritas de maneira incisiva, muitas vezes sem a necessidade de palavras. Isso nos convida a refletir profundamente para compreender a mensagem central que o artista deseja transmitir. É uma tarefa desafiadora permanecer indiferente à sua obra, pois ela nos instiga a questionar os valores predominantes na sociedade contemporânea.