Um pássaro na gaiola
Canta a triste sorte!
O céu lhe foi negado
Nem mesmo o vento forte.
Canta o passarinho,
Para o algoz lhe agradar
Canta o passarinho,
Todo dia sem parar...
Canta a triste alma,
O pássaro engaiolado,
Canta a triste sina,
Na redoma enclausurado
Canta o passarinho,
E gorgeia ora inquieto,
Mal sabe o bichinho
Que jamais será liberto...
O algoz não quer saber,
Se canta com alegria.
O algoz não quer saber,
Se canta amargurado;
Imerso na ignorância,
O algoz no doce lar,
Só sabe que o passarinho,
Canta pra lhe agradar...
Porém o bicho homem,
Numa jaula não quer viver.
Nem mesmo o seu filhinho,
Numa jaula quer lhe deixar.
No entanto o passarinho,
Bicho homem quer lhe podar,
O céu na amplidão,
Para o pássaro voar...
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Um pixarro foi abandonado por seu dono. Vivia numa gaiola bem pequena e apertada. Tentamos em vão, libertar o bichinho. O pássaro por já estar condicionado há muito tempo naquele ambiente, já nem sabia o que era voar, apenas saltitava pelo chão, por mais que tentássemos soltá-lo de uma altura para alçar vôo. Nada... Construímos então para ele, um viveiro enorme, que meus filhos apelidaram de "a mansão do Paco", com direto inclusive à uma bela "varanda". Tentamos soltar mais uma vez, porém o bichinho não foi. E assim ficou na mansão viveiro, ampla e arejada, com direito à contemplar as árvores bem de perto. Um dia se foi. Para mim, liberto desta prisão.
Escrevi esses versos por entender que essa questão dá muito debate. Particularmente sou contra o aprisionamento de pássaros que estão ali apenas para satisfazer o ego de muitos.
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