quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Soneto no Quadro

Soneto no Quadro

Em um quadro vejo um lindo soneto,
Soberbo talento, bonito, enfeitado!
Cores intensas, vibrante o quarteto,
Nas mãos do poeta o soneto pintado...

Pintado com vida e paixão tal soneto,
Do fundo da alma reflete visões...
Fluindo em beleza sugere em terceto,
Expressa na tela amores, paixões...

As hábeis mãos mesclam as cores,
Com todo talento nascido na alma,
De sua paixão, de angústia e dores...

O coração é a paleta do esteta,
As cores inspiram, o amor lhe acalma,
E finda o soneto nas mãos do poeta...

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SONETO NO QUADRO" celebra a arte da escrita poética, enfatizando a importância da paixão, da experiência pessoal e da expressão emocional na criação de um poema. É uma homenagem à criatividade do poeta e à maneira como ele transforma palavras em uma obra de arte, de acordo com suas experiências de vida, com suas ilusões e desilusões, alegrias, angústias e dores. Mas que consegue transformar metaforicamente o soneto numa pintura.



terça-feira, 26 de setembro de 2023

As Gárgulas (Tributo à Catedral de Notre Dame)

 As Gárgulas – Tributo à Catedral de Notre Dame

As gárgulas estão presentes, lá em cima
Observando, vigiando, não se importando
O tempo que for preciso, acima do altar!
Pois são tenebrosas, e diante dos santos
Estão imóveis, esperando o sino tocar...

Catedral gótica, centenária e majestosa
O que de mais belo há em toda Europa
Onde uma velha porta, antiga e formosa
Fechada com os ferrolhos e os bronzes
Esconde mitos, de uma vida pura e casta...

As rosáceas e ogivais refletem em matizes,
As luzes coloridas, reflexos de uma vida;
Segredos de séculos, dentro da grande nave
Construída com pedras, obras de um artista,
A bela catedral, sombria, sagrada e mística!

Onde na escuridão de seus sacros recintos
As luzes coloridas, os reflexos dessa vida
Atravessam os vitrais, guiando os benditos
Iluminando almas de um ar envelhecido,
Resquício de outrora, ritual do Santo Ofício

Esta solene catedral, gótica, das orações,
Ecoam vozes, nas penumbras da História,
São cânticos dos santos e das inquisições 
Vividas no altar, nas colunas deslumbrantes 
Rezando as ladaínhas, solenes meditações

Tesouros ocultos, guardados a sete chaves,
Número da perfeição, atributo de Deus Pai
Dos mártires, de Cristo e dos Santos Anjos
Silenciosa e altiva; sacrossanta e reverente.
É a perfeição dos céus, cujo nome é Adonai.

A bela catedral, a guardiã infalível da fé,
Dos ritos, dos mistérios, segredos e sinal
Dos pedreiros, dos maçons, da santa Sé
Das gárgulas obedientes no alto da catedral
Observam os homens, silenciosamente...

As gárgulas estarão presentes, e lá em cima,
Aguardam o julgamento dos seres racionais!
Afastando os intrusos, que ousam profanar
Os mistérios, e os segredos do sacrossanto,
Sepultados nas criptas, embaixo de um altar...

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Gárgulas, especialmente na Idade Média, eram ornadas com figuras monstruosas, humanas ou animalescas, comumente presentes na arquitetura gótica. O termo se origina do francês gargouille, originado de gargalo ou garganta, em Latim gurgulio, gula. Palavras similares derivam da raiz gar, engolir, a palavra representando o gorgulhante som da água; em italiano: doccione; alemão: Ausguss, Wasserspeier.



domingo, 17 de setembro de 2023

Livres para Voar

 Há almas presas, doridas, encarceradas,
Que destas cadeias, fitam a imensidão,
Cantam a triste sina cruel, aprisionadas;
Nuvens angustiadas, retidas nesta prisão!

Almas vibrantes gorjeiam ora inquietas,
São sinfonias plangentes, mas delicadas.
Almas tristonhas e tantas almas desertas;
Nesta clausura, dormentes e desgraçadas!

Já libertas revoam para outros mundos.
São doces anseios que dentro da alma vão,
Para os céus, risonhos, lindos, fecundos!

São livres agora, revoam na imensidão!
São livres agora no mais sublime além,
Livres hão de voar e levam meu coração!

— Dedicado aos irmãos do Hospital Espírita Fabiano de Cristo



Liberdade da Alma

 Na liberdade que a matéria anseia
Essa que sem os grilhões imensos
Na escuridão brilha uma candeia
Dos sonhos profundos, intensos

A liberdade é o cântico do coração
Do Amor febril, e do Amor latente
Dos sentimentos da eterna paixão
Essência da Vida, sagrada, ardente

Há no mistério do Amor derradeiro,
Toda plenitude dos Céus concebida,
Em Graça Divina, Bendita, Augusta!

Que desse corpo liberta as amarras,
Fluindo do Céu encantos sagrados,
Relíquias da Graça, Bendita e Justa!

(Aos irmãos do Hospital Espírita Fabiano de Cristo)



sexta-feira, 15 de setembro de 2023

A Janela Surrealista, dedicado à Vladimir Kush

 Lá no litoral um quadro surrealista...
Na parede da casa, na sala de estar
Fascinado aprecio a obra do artista, 
A obra me leva um instante pensar...

Nesse instante de frente à janela,  
Na sala de estar observo algo além;
Os raios do sol se pondo atrás dela, 
Em rara beleza em brilho também!

Radiante era o astro, o sol amarelo!
Tal qual uma gema, luzente, dourada,
Saindo de um ovo, tão lindo era belo, 
Se pondo ao mar numa tela pintada..., 

Um quadro divino de um ovo no mar,
Das mãos do artista, pintado na tela.
Assim era o quadro na sala de estar, 
Que à tarde surgiu na visão da janela!

O quadro pintado era um tanto difuso, 
Poema criado de um mundo disforme;
Um mundo irreal e portanto confuso,   Perfeita pintura, nem tudo conforme...

De frente à janela eu volto à olhar, 
O sol magestoso na tela surgindo! 
Brilhando reflete na linha do mar,
Além do horizonte no mar reluzindo... 

Assim o artista consuma na mente,
Olhando a janela na sala de estar
Pintando na mente um sol diferente,
Um sol que reluz para a alma sonhar...


O POEMA FOI INSPIRADO NA PINTURA SURREALISTA DE VLADIMIR KUSH, INTITULADA "SUNRISE BY THE OCEAN" (NASCER DO SOL À BEIRA DO OCEANO)

Segundo o artista, a pintura representa o ovo simbolizando o sol nascente e o início da vida.  Em muitos mitos sobre a criação do mundo, um ovo cósmico é posto por um pássaro gigante em um oceano antigo e sem forma.  O ovo se divide em dois e o céu e a terra aparecem das metades dele, enquanto o sol é visto na gema.  Você pode ver na foto que o Sol recém-nascido ainda não tomou sua forma final.  Pedaços de matéria primária continuam a fluir da esfera em chamas que se eleva sobre o oceano.  De acordo com o mito polinésio, as ilhas havaianas nasceram desse ovo.

Vladimir Kush é um artista contemporâneo, classificado por muitos como sendo um surrealista, mas ele prefere chamar a si mesmo de “realista metafórico”. Nasceu na capital da Rússia em 1965, num bairro próximo do parque florestal de Moscou.

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Primavera da Ressurreição

A primavera desabrocha em poesia...
Em cores vivas, mistura tonalidades,
A mágica estação com dádiva e cortesia,
Fecunda em tela nua, outras realidades.

Ela é musa dos poetas, dos trovadores,
Versos colhidos na fonte da inspiração;
Inspira sonhos, as musas e os pintores, 
Expressa os sentido na alma e coração.

São as flores as tintas da Primavera 
Cerúlea composição, fruto dessa alquimia,
As filhas iluminadas, obra que se revela...

Ela é um convite para muita reflexão,
E conectada numa etérea sintonia,
É luz vivificante, das flores ressurreição. 


domingo, 3 de setembro de 2023

No Outono

 Junto ao outono é que floresce a vida
Vicejam nas folhas os almos encantos;
Em doces eflúvios, magia, quebrantos,
Na languidez de uma flora adormecida...

De tal forma os dias ermos e solitários, 
Cinge de encanto sagrado da essência.
Cobrem de âmbar a cândida existência,
Na transfiguração dos campos vários...

Em tons de sépia e em fúlgida imagem,  
Reveste-se o chão de singela paisagem
De cores amenas e mórbidos letargos...

Eis que surge o arrebol luzindo na hera,
Com imagens de uma estranha quimera,
Em sonhos de amor e os doces afagos...